O presente traz o futuro...

E se eu te dissesse que em algum canto deste (ou de outro) mundo está amanhecendo? E que um casal olha atentamente para o nascer do sol, apaixonados perdidamente? A chuva cai lá fora e ainda com os olhos ardendo de sono, estou perdido em meus pensamentos, a fitar a tela de um computador que já me trouxe tantas histórias, tantas dores, tantas alegrias...
Estou a fitar também o horizonte, o rosto da minha amada, a brisa suave tocando nossos corpos sujos de areia e sal, e preocupado com o amanhã... Taquicardia, cadeira de rodas, dificuldades respiratórias... Talvez seja esse meu futuro, distrofia muscular não é brinquedo não! E penso no amanhã. Amanhã, como vou estar? O que vou estar fazendo de minha vida, como estará minha amada? E minha família?
Preocupações limitam nossa atividade mental. Ficamos inertes em meio a um milhão de pensamentos que passam e não ficam, sentimentos que deveríamos estar sentindo e não sentimos, atividades que poderíamos estar praticando e não praticamos... E em meio a tantas preocupações, apenas uma esperança me resta, a de eu estar vivo de verdade!
Viver não consiste em estar a raciocinar e preocupado com a própria sobrevivência. Está em seguir o objetivo maior da vida, que as filosofias tentam explicar, que é ser útil. Viver é ser útil, é construir nossa felicidade no sorriso do outro, é não ter inimigos nem estranhos, é estar ao lado de quem você ama...
Uma vez um gordinho inglês disse que "viver é coisa rara nesse mundo. A maioria das pessoas apenas existe." E esse gordinho disse uma frase muito sábia. Por isso apesar de ter de acordar amanhã cedo e ter que fazer um monte de cálculos, eu estou cumprindo meu papel de poeta que sou, dando mais uma contribuição para esse mundo. Pois enquanto espero o dia descrito ali em cima chegar, servir à humanidade é o melhor caminho...

Um comentário:

Jones C. disse...

Descobri o nome do gordinho inglês: Oscar Wilde.

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